quarta-feira, 16 de julho de 2014

Lema que define programa – Orson Peter Carrara
                Semana passada abordamos alguns trechos do Hino à Bandeira. Foi bom que publicado antes da confirmação do vexame nacional da seleção brasileira. Assim não vinculamos a bandeira apenas a jogos de futebol. O episódio lamentável da Copa deixou muitas lições à nação, desde a do cuidado que se deve ter com planejamentos e disciplina, até à renúncia a tolas vaidades do “oba-oba” e seus desdobramentos. Isso sem falar dos supostos desvios e superfaturamentos nas reformas e construções dos estádios, outro lamentável episódio da história brasileira. São lições duras que teremos ainda de mastigar devidamente.
                Mas, é claro, as lições não foram apenas desagradáveis. Houve lições verdadeiras de cidadania – como, por exemplo, os japoneses retirando lixo dos estádios – e os saudáveis desdobramentos do intercâmbio internacional. O Brasil não foi elogiado pela beleza dos estádios, mas pela postura do povo, pelo carinho e acolhida, pela alegria brasileira. Isto é marcante, belo, e deve figurar entre os motivos reais de nossa sensibilidade para viver a fraternidade. Felizmente os esperados incidentes e manifestações violentas não ocorreram e os isolados casos de violência não fugiram à rotina diária do cotidiano.
                Detenho-me, hoje, porém, no lema que figura em nossa bandeira. O lema de nossa bandeira, o “Ordem e Progresso” – lema político do positivismo e abreviatura do lema do positivista francês Augusto Comte: “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”, cujo sentido é a realização dos ideais republicanos, ou seja, a busca de condições sociais básicas e ao melhoramento do país – bem indica uma síntese das Leis de Amor que regem o Universo e convida a uma nova postura coletiva, a iniciar-se, naturalmente, pela individualidade que compreende e age...
Afinal, já não é hora de sairmos desse círculo vicioso de corrupção e desvios dos verdadeiros objetivos do Amor, da Ordem e do Progresso?
Viciamos num sistema que só gera violência. Mais que político, o sistema ideal é o do cumprimento do dever, em respeito à cidadania ao bem estar coletivo.
Agora que passou a Copa e aí estamos à beira das eleições, cumpre observar mais atentamente o sério compromisso do voto, quando a visão deve estar voltada para os interesses coletivos e nunca para os interesses partidários ou individuais, ou de grupos.
Como eleitor, candidato ou eleito, o dever é o mesmo: respeito e amor à Pátria. E isso significa comprometimento com os interesses nacionais e nunca a busca do conhecido “tirar proveito”, onde está inserida a demissão do egoísmo, a renúncia às tolas vaidades e, claro, o pulso firme de direcionar nossa caminhada para o bem de todos.
Isto é noção exata de fraternidade!
Convidemo-nos mutuamente, sem medo, de olhar a bandeira e repensar sua beleza artística, mas também prestarmos atenção em seu lema: Ordem e Progresso!
É um lema que define o programa da nação!

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