quinta-feira, 31 de outubro de 2013



Ao vivo pela TV CEAC
horário: 20h
dia 01.11.2013
www.tvacaminhodaluz.com.br

também pela Rádio CEAC
www.radioceac.com.br

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Melancolia – Orson Peter Carrara

A vaga tristeza que se apodera do coração, quase que de maneira imperceptível, levando a pessoa a considerar amarga a existência, chama-se melancolia. Se não combatida no íntimo pode desencadear estados de angústia profunda e depressão. 
Este abatimento se revela, muitas vezes, através de pequenos contratempos do cotidiano, coisas simples e corriqueiras que assumem cores mais escuras que a realidade. Ouvir uma reprimenda, tirar notas baixas na escola, desentender-se com um familiar... 
Qualquer motivo acaba desencadeando esse estado de melancolia, que, diga-se passagem, precisamos combater. Uma das maneiras de enfrentar a melancolia é identificar o agente causador e, o mais rápido possível, atacar a raiz do problema, solucionando-o. 
Isso nos faz lembrar a história de “...um professor muito estimado pela espontaneidade e alegria que dele emanava. Todos o procuravam quando passavam por dificuldade. 
Quando ele via alguém com um semblante tristonho a caminho de sua sala, ele pegava um papel e uma caneta e pergunta: ´Qual é o problema?´ A medida que a pessoa ia falando ele ia anotando todas as queixas: notas baixas, briga com o melhor amigo, derrota no esporte, um resfriado... 
Em grande parte, as situações eram coisas simples e de fácil solução, se buscada com seriedade. Normalmente, as pessoas que iam conversar com ele, ao olhar as muletas que ficavam escoradas na sua escrivaninha e que denunciavam a paralisia do jovem mestre, sentiam-se envergonhadas por entristecer-se por tão pouco.” 
A melancolia pode ser estimulada por uma mágoa, um pneu furado, uma dificuldade amorosa, um dia vazio, um bolso vazio, um estômago vazio, um coração vazio... 
Mentalmente, pode-se puxar um papel e escrever exatamente o que provoca esse estado de infelicidade e trabalhar por eliminá-lo. Algumas coisas são imodificáveis, outras não, identificá-las é que diferencia o homem sereno do homem melancólico. 
Aos primeiros sinais de melancolia pode-se utilizar antídotos: sair da rotina e fazer algo diferente, que desejava há muito tempo, mas nunca tiver oportunidade de fazer; dedicar-se a dar alegria a alguém, sem exigir absolutamente nada em troca; adquirir novos conhecimentos, leituras, amizades; buscar na memória momentos da vida em que sentiu extrema felicidade... 
A melancolia está diretamente ligada ao estado de espírito da solidão e do ócio. Então, a solução é não ser solitário, nem ser ocioso. Se formos ociosos, não sejamos solitários. Se formos solitários, que não sejamos ociosos. 
Todos temos algo a desempenhar, seja junto à família ou a coletividade. A felicidade, presente e futura, depende do cumprimento dessa tarefa, com alegria, sempre. 

Nota do autor: adaptação de texto original de Luís Roberto Scholl, de Santo Ângelo-RS.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

CARIDADE - ATITUDE

Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Caridade que se expresse tão somente na cessão do supérfluo pode facilmente induzir-nos à vaidade.

Não é difícil dar o que retemos, no entanto, a virtude genuína pede a doação de nós mesmos, através do que temos e do que somos.

Em razão disso, é preciso não esquecer que a caridade é também e acima de qualquer circunstância, o sentimento que nos rege a atitude.

No templo doméstico, caridade é compreensão e gentileza.

Em família, caridade é cooperação desinteressada e fraterna.

Na profissão, caridade é a honestidade.

No trabalho, caridade é o dever bem cumprido.

Na dor, caridade é a fortaleza.

Na alegria, caridade é a temperança.

Na saúde, caridade é a presença útil.

Na enfermidade, caridade é a paciência.

Na abastança, caridade é o serviço a todos.

Na pobreza, caridade é a diligência.

Na direção, caridade é a respeitabilidade.

Na obediência, caridade é a humildade digna.

Entre amigos, caridade é a confiança.

Entre adversários, caridade é o perdão das ofensas.

Entre os fortes, caridade é o socorro aos mais fracos.

Entre os bons, caridade é o auxílio aos menos bons.

Na cultura, caridade é o amparo à ignorância.

No poder, caridade é a autoridade sem abuso.

Em sociedade, caridade é o apoio fraterno que devemos uns aos outros.

Na vida privada, caridade é a conduta reta ante o próprio julgamento.

Não vale espalhar um tesouro amoedado com as vítimas de penúria, alimentando o ódio e a incompreensão, a revolta e o pessimismo nas almas.

Aceitemos a experiência que o Senhor nos reserva cada dia, fazendo o melhor ao nosso alcance.

Seja a nossa tarefa um cântico de paz e esperança, eficiência e alegria, onde estivermos.

E recebendo o divino dom de pensar e entender, irradiando os mais belos ideais que nos enriquecem a vida, em forma de serviço aos semelhantes, a caridade será, em nossos corações, a luz constante clareando, desde as sombras da terra, os mais remotos horizontes de nosso luminoso porvir.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

palestra NOVOS TEMPOS em Itapira-SP, domingo, dia 27/10/13.




 Toninho e Sidney


Sidney e Sérgio Villar

Palestra FÉ, MEDICINA E ESPIRITUALIDADE em Serra Negra-SP, sábado, dia 26/10/2013.
 autógrafos




sábado, 26 de outubro de 2013

PRECEITOS DE TODA HORA

Caminhe com firmeza. Quem se acomoda com a precipitação tropeça a cada instante.

Examine a você mesmo. Na vigilância constante, educará você os próprios impulsos.

Higienize a própria mente, trabalhando no bem sem desânimo. Os cérebros preguiçosos acumulam resíduos indesejáveis.

Escute seu irmão sem reprovações. A caridade real começa na atenção generosa e amiga.

Aperfeiçoe o procedimento. Hoje melhorado é amanhã mais feliz.

Ampare o coração combalido. Ninguém pode prever a saúde próxima do próprio coração.

Faça luz com a sua palavra. Se hoje pode você orientar é possível que amanhã esteja você rogando conselhos.

Sofra com paciência e serenidade. No braseiro da revolta, ninguém consegue aproveitar a dor.

Melhores o vocabulário. Há palavras que, excessivamente repetidas, perdem a significação que lhe é própria.

Cultive a simplicidade. Embora não pareça, o Universo é imponente conjunto de leis claras e cousas simples.

Sirva sempre. O tédio é o salário de quem vive reclamando o serviço dos outros.

Improvise o bem onde você estiver. A sombra do mal é assim como o detrito que invade tudo, quando a limpeza está ausente.
pelo Espírito André Luiz, Do Livro: Ideal Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

BICO DE LUZ  - por Richard Simonetti

Um homem transitava por estrada deserta, altas horas. Noite escura, sem luar, estrelas apagadas. Seguia apreensivo. Por ali ocorriam, não raro, assaltos. Percebeu que alguém o acompanhava.
− Quem vem lá? − perguntou assustado. Não obteve resposta. 

Apressou-se, no que foi imitado pelo perseguidor. Correu... O desconhecido também. 

Apavorado, em desabalada carreira, tão rápido quanto suas pernas o permitiam, coração a galopar no peito, pulmões em brasa, passou diante de um bico de luz. Olhou para trás e, como por encanto, o medo se desvaneceu. Seu perseguidor era apenas um velho burro, acostumado a acompanhar andarilhos.

A história se assemelha ao que ocorre com a morte. A imortalidade é algo intuitivo na criatura humana. No entanto, muitos têm medo porque desconhecem inteiramente o processo e o que os espera na espiritualidade.

As religiões, que poderiam preparar os fiéis para a vida além-túmulo, conscientizando-os da sobrevivência e descerrando a cortina que separa os dois mundos, pouco fazem nesse sentido, porquanto se limitam a incursões pelo terreno da fantasia.

O Espiritismo é o bico de luz que ilumina os caminhos misteriosos do retorno, afugentando temores irracionais e constrangimentos perturbadores. 

A Doutrina Espírita nos permite encarar a morte com serenidade, preparando-nos para a grande transição. Isso é muito importante, fundamental mesmo, já que se trata da única certeza da existência humana: todos morreremos um dia!

A Terra é uma oficina de trabalho para os que desenvolvem atividades edificantes, em favor da própria renovação; um hospital para os que corrigem desajustes nascidos de viciações pretéritas; uma prisão, em expiação dolorosa, para os que resgatam débitos relacionados com crimes cometidos em existências anteriores; uma escola para os que compreendem que a vida não é mero acidente biológico, nem a existência humana simples jornada recreativa, mas não é o nosso lar. Este está no plano espiritual, onde podemos viver em plenitude, sem as limitações impostas pelo corpo carnal.

Compreensível, pois, que nos preparemos, superando temores e dúvidas, inquietações e enganos, a fim de que, ao chegar nossa hora, estejamos habilitados a um retorno equilibrado e feliz.

O primeiro passo nesse sentido é o de tirar da morte o aspecto fúnebre, mórbido, temível, sobrenatural... Há condicionamentos milenares nesse sentido. Há pessoas que simplesmente se recusam a conceber o falecimento de um familiar ou o seu próprio. Transferem o assunto para um futuro remoto! Por isso se desajustam quando chega o tempo da separação.

Onde está, ó morte, o teu aguilhão? − pergunta o apóstolo Paulo (I Cor 15, 55), a demonstrar que a fé supera os temores e angústias da grande transição.

O Espiritismo nos oferece recursos para encarar a morte com idêntica fortaleza de ânimo, inspirados, igualmente, na fé. Uma fé que não é arroubo de emoção. Uma fé lógica, racional, consciente. Uma fé inabalável de quem conhece e sabe o que o espera, esforçando-se no campo do Bem e da Verdade para que o espere o melhor.



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Construindo afeições - Wellington Balbo

Comum algumas pessoas ao conhecerem alguém que instantaneamente surge afinidade imaginar que esta ligação é antiga remontando a outras existências. 

Já vi várias vezes isso acontecer. Há uma espécie de entusiasmo, uma ligação que se faz com o seguinte cálculo: Conversa agradável + Ideias semelhantes = Amigo de existência pretérita. 

Parece que isso de certa forma as deixa mais próximas. É um amigo de outras épocas, dizem empolgadas com a semelhança das idéias. E colocam-se a imaginar quais as situações que já vivenciaram junto àquela alma recém apresentada pela vida. 

Quando o assunto vai para o lado do relacionamento romântico as coisas tendem a tomar uma proporção ainda maior: Encontrei minha alma gêmea, ou, a “tampa da panela”, exclamam os mais entusiasmados.

Porém, vamos verificar se isso é uma regra, ou seja, se toda afinidade provém de ligação anterior, em fonte segura: a Doutrina Espírita. O que diz o Espiritismo? É possível reencontrar almas que já conhecemos de outras existências?

Obviamente que sim. Podemos, claro, reencontrar espíritos que já estiveram junto a nós. Todavia, tanto podem ser almas simpáticas como almas antipáticas. No entanto, vale considerar ponto importante: não é porque surgiu a afinidade automática e as idéias se encontraram que, necessariamente, já conhecemos de outras existências determinadas pessoas. Não é bem assim que funciona e os Espíritos, quando indagados por Kardec na questão 387 de O livro dos Espíritos sobre se a simpatia vem sempre de uma existência anterior, responderam:

“Não. Dois Espíritos que se compreendem procuram-se naturalmente, sem que necessariamente se tenham conhecido em encarnações passadas”.

Pois bem. A resposta é bem clara e auxilia-nos a desmistificar essa questão de que se há afinidade é porque havia o conhecimento de outra existência. Nada disso. As almas afins, que vibram em sintonia semelhante procuram-se e encontram-se sem necessitarem terem se conhecido antes. 

Não há passaporte para a construção de novas amizades!

O mais interessante disso tudo é a possibilidade de estarmos ampliando nossa família espiritual ao estabelecermos contatos com os mais diversos Espíritos que habitam o universo. 

Novas amizades, pessoas diferentes a nos estimular o desenvolvimento e o progresso...

Prova da bondade de Deus que não nos deixa presos a determinado círculo de “conhecimento anterior”. Há sempre a oportunidade de, a partir de um momento de nossa existência construirmos novas afeições, o que, diga-se de passagem, é enriquecedor.

Compreendemos, então, que a nossa família é a universal. A partir do momento em que formos evoluindo iremos gradativamente construindo amizade com todas as criaturas que a vida nos apresentar, sem, claro, a preocupação demasiada de ser ou não nosso amigo de existência anterior.

Quanto maior nossa família espiritual mais a vontade nos sentiremos em nosso lar: O universo!








quarta-feira, 23 de outubro de 2013

palestra VIDA ALÉM DA VIDA, dia 22/10/13, proferida em Garça SP.

José Lopes, Sidney e Gilberto


Dalva, Sidney e Benevides

 Edson e Sidney


palestra FÉ, MEDICINA E ESPIRITUALIDADE, na Sociedade Espírita André Luiz, em Agudos SP, na data de 17/10/2013.



Roberto, Sidney e Adriana


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Cenoura, ovos ou chá?
Orson Peter Carrara

       A mulher estava inconformada com as dificuldades diárias, dos problemas que se acumulam, das perspectivas difíceis do futuro, sentindo-se desanimada. Desabafando com um sábio, foi convidada a analisar três panelas de água fervente. Uma delas continha cenoura, outra continha ovos e a terceira continha chá.

      O sábio pediu que observasse e comentou: As cenouras amolecem, os ovos endurecem e o chá impregna a água com sua cor, seu aroma e seu gosto.

      A água fervente significa a série de obstáculos e dificuldades sempre presentes. Como reagimos? Amolecemos, entregando-nos à tristeza ou à depressão ou endurecemos tornando-nos ásperos e duros no relacionamento, como o ovo? Não seria melhor aproveitarmos a "fervura" das adversidades, aprendermos com ela e aproveitarmos para espalhar nosso aroma, nosso gosto, impregnando o ambiente com nossa coragem e determinação.

      Ora, trata-se de uma reação determinada. Ao invés de entregar os pontos e permanecer triste, deprimido; ao invés de reagir violentamente contra os outros, porque não impregnarmos o obstáculo com nossa dignidade, coragem e postura ativa para alterar a situação difícil?

      Temos encontrado muita depressão nos diálogos de pessoas que nos buscam. Dizemos sempre que não vale a pena entregar-se à tristeza ou ao desânimo. A vida é muito mais que convites para o desânimo. A vida é bela demais, é abundante demais, é extremamente valorosa e valiosa para ser vivida aos lamentos. Nada disso!

      Antes de tudo, coragem! Muita coragem! Ela, a coragem, aquela de enfrentarmos a nós mesmos (não os outros), é que nos mostrará os caminhos da superação. Vencer o comodismo, vencer a timidez, vencer o medo, vencer a baixa autoestima, vencer resistências, e por fim... vencer o egoísmo, o orgulho, eis o caminho do equilíbrio e da saúde. E, aprender sempre. Procurar, pesquisar, estudar, entender. Isso nos trará a paz que precisamos. Porque a paz não é a ausência de dificuldades, mas a consciência limpa do dever cumprido, a consciência interior de que se está fazendo o melhor ao nosso alcance. Em nosso favor e a favor da coletividade. Sim, porque viver isolado, esquecido dos deveres para com o próximo, indiferente às dificuldades alheias, é também mergulhar na depressão, na tristeza, no vazio existencial que aflige tanta gente.

      Por isso, mãos dadas com o trabalho. Mãos dados com o interesse próprio de sempre aprender algo novo. Nada de se entregar. Isto é para os fracos e como não existem fracos, mas apenas acomodados e adormecidos, sejamos daqueles que despertam e vão à luta. Sem medo ou vacilações.


domingo, 20 de outubro de 2013

DEUS PRIMEIROPelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Caminho Espírita. Lição nº 27. Página 65.
Caminharás, muitas vezes, no mundo, à maneira de barco no oceano revolto, sob a ameaça de soçobro, a cada momento; entretanto, pensa em Deus primeiro e encontrarás o equilíbrio que reina, inviolável, no seio dos elementos.

Se a natureza parece descer à desordem, prenunciando catástrofe, não permitas que a tua palavra se converta em agente da morte. Fala em Deus primeiro.

Antes das destruições que hoje atribulam a Humanidade, outras destruições ocorreram ontem, mas Deus plantou, em silêncio, novas cidades e novos campos onde a ventania da transformação instalara o deserto.

Se os profetas da calamidade e da negação anunciarem o fim do mundo, traçando quadros de aflição e terror, crê em Deus primeiro, recordando que ainda mesmo da cova pequenina, em que a semente minúscula é sepultada, o Senhor faz nascer a graja do perfume e a beleza da cor, a abastança da seiva e a alegria do pão.

Se a dor te constringe o peito, em forma de angústia ou abandono, tristeza ou enfermidade, recorre a Deus primeiro.

Ele será teu refúgio na tempestade, companheiro na solidão, esperança nas lágrimas, remédio no sofrimento.

Diante de toda provação e à frente dos próprios erros, busca Deus primeiro.

Ele, que mantém as estrelas no Espaço e alimenta os vermes no abismo, ser-nos-á sustento e consolo.

Nesse ou naquele problema, quanto nessa ou naquela dificuldade, confia em Deus primeiro e sentirás que a nossa própria vida é uma bênção de luz, para sempre guardada nos braços do Amor Eterno.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O que você faz quando está com dor de cabeça, ou quando está chateado?

Será que existe algum remédio para aliviar a maioria dos problemas físicos e emocionais?

Pois é, durante muito tempo estivemos à procura de alguma coisa que nos rejuvenescesse, que prolongasse nosso bom humor, que nos protegesse contra doenças, que curasse nossa depressão e que nos aliviasse do estresse.

Sim, alguma coisa que fortalecesse nossos laços afetivos e que, inclusive, nos ajudasse a adormecer tranquilos. Encontramos! O remédio já havia sido descoberto e já estava à nossa disposição. O mais impressionante de tudo é que ainda por cima não custa nada.

Aliás, custa sim, custa abrir mão de um pouco de orgulho, um pouco de pretensão de ser autossuficiente, um pouco de vontade de viver do jeito que queremos, sem depender dos outros. É o abraço. O abraço é milagroso. É medicina realmente muito forte. O abraço, como sinal de afetividade e de carinho, pode nos ajudar a viver mais tempo, proteger-nos contra doenças, curar a depressão, fortificar os laços afetivos.

O abraço é um excelente tônico. Hoje sabemos que a pessoa deprimida é bem mais suscetível a doenças. O abraço diminui a depressão e revigora o sistema imunológico.

O abraço injeta nova vida nos corpos cansados e fatigados, e a pessoa abraçada sente-se mais jovem e vibrante. O uso regular do abraço prolonga a vida e estimula a vontade de viver.

Recentemente ouvimos a teoria muito interessante de uma psicóloga americana, dizendo que se precisa de quatro abraços por dia para sobreviver, oito abraços para manter-se vivo e doze abraços por dia para prosperar.

E o mais bonito é que esse remédio não tem contraindicação e não há maneira de dá-lo sem ganhá-lo de volta.

Muitos pedidos de perdão foram traduzidos em abraços...; muitos dizeres eu te amo foram convertidos em abraços.

Muitos sentimentos de saudade foram calados por abraços; muitas despedidas emocionadas selaram um amor sem fim no aconchego de um abraço.

Assim, convidamos você a abraçar mais. Doe seu abraço apertado para alguém, e receba imediatamente a volta deste ato carinhoso.

Redação do Momento Espírita, com base em palestras de
Alberto Almeida, na cidade de Matinhos, nos dias 29, 30 e 31 
de março de 2002 e no texto intitulado Um abraço, de autoria ignorada. 
FORMATAÇÃO: MILTER -27-02-2011

PROCURE O CAMINHO ATÉ UMA CASA ESPÍRITA E FREQUENTE-A

LEIA E ESTUDE AS OBRAS BÁSICAS DO ESPIRITISMO

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

UMA PROVA DO CÉU - Aylton Paiva

O meu ponto preferido em um shopping é a livraria; bem... conforme o horário é a praça da alimentação.
É, precisamos alimentar a mente, o espírito e, claro, o corpo.
Ambos me dão muito prazer.
Com a comida precisamos cuidar da qualidade e da quantidade para que o excesso de prazer não nos leve ao desprazer.
O alimento intelectual, também, precisa ser bem escolhido para não ser intoxicado com temas e idéias que levam ao pessimismo, à tristeza, ao desânimo...
Há comidas intelectuais que nos fazem bem, há comidas intelectuais que nos enfermam intelectual ou espiritualmente.
A vitrine estava bem sortida. Livros para todos os gostos.
Fui circulando pelos corredores espiando as capas, vendo os lançamentos.
Súbito deparei com a capa de um livro: Uma Prova do Céu. Um tema que me interessa. Em seguida, li o subtítulo: A jornada de um neurocirurgião à vida após a morte.
Interessante o título e muito sugestivo o subtítulo. Li o nome do autor: Dr. Eben Alexander III,
Pensei: “ quem é esse Dr. Eben?” Girei o livro e li na contra-capa: “ Cético, defensor da lógica científica e neurocirurgião há mais de 25 anos, o Dr. Eben Alexander viu sua vida virar no avesso quando passou por uma experiência que ele mesmo considerava impossível.
Vítima de meningite bacteriana grave, ficou em coma por sete dias. Enquanto os médicos tentavam controlar a doença, algo extraordinário aconteceu.
Eben embarcou numa jornada por um mundo completamente estranho. Sem consciência da própria identidade, foi mergulhando cada vez mais fundo nessa realidade difusa, onde conheceu seres celestiais e fez descobertas transformadoras sobre a existência da vida após a morte e a profunda relação que todos nós temos com Deus.
Aquela experiência o levou a questionar tudo em que acreditava até então. Afinal, como neurocirurgião, ele sabia que o que vivenciou não poderia ter sido uma mera fantasia produzida por seu cérebro, que estava praticamente destruído.
Analisando as evidências à luz dos conhecimentos científicos, o Dr. Eben decidiu compartilhar essa incrível história para mostrar que ciência e espiritualidade podem – e devem – andar juntas. “
Li as linhas atento e admirado. Girei nas mãos, novamente, o livro. Li, na capa: “ Primeiro lugar na lista de mais vendido do The New York Times.”
Logo abaixo: “ A experiência de quase morte do Dr. Eben Alexander é a mais impressionante que já ouvi nas mais de quatro décadas de estudo sobre esse fenômeno. “ – Dr. Raymond A. Moody Jr.
Tenho por hábito, quando pego um livro para ver, abro-o em uma página, ao acaso, e leio pequeno trecho. Foi o que fiz: “Cada um de nós está mais acostumado com o próprio pensamento do que com qualquer outra coisa e, no entanto, entendemos muito mais do Universo do que do mecanismo da nossa consciência.” (pág. 151, § 1º)
Fechei o livro e pensei: vou acompanhar o Dr. Eden em sua experiência de quase morte e senti-lo no retorno à vida. 
E ele quase ao final de seu relato afirma: “- Ainda sou cientista, ainda sou médico e, como tal, tenho duas obrigações essenciais: honrar a verdade e ajudar a curar. Isso significa contar a minha história. ( pág. 165, § 4º).
É uma história comovente que vale a pena conhecer. Ressalta a importância da imortalidade da alma e, ainda, como a compreensão dessa verdade altera a vida da pessoa, tornando-a mais justa, humilde, amorosa e solidária.





quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Por que se lamentar?Orson Peter Carrara

Deus criou o homem ativo, inteligente e livre, 

E o fez artífice de seu próprio destino. 

Abriu diante dele dois caminhos que pode seguir: 

Um vai para o mal e o outro para o bem. 

O primeiro dos dois é doce em aparência; 

Para segui-lo não é preciso nenhum penoso esforço: 

Sem estudo nem cuidados, viver na indolência, 

Aos seus instintos brutais deixar um livre vôo, 

Eis tudo o que é preciso. - O segundo, ao contrário, 

Quer constantes esforços, um trabalho nobre, 

E os cuidados vigilantes, e a procura austera, 

A razão liberta e o instinto contido. 

O homem, livre em sua escolha, pode tomar o primeiro, 

Corromper-se na ignorância e na imoralidade; 

Preferir ao dever a paixão grosseira, 

À razão, o instinto e a brutalidade. 

Ou então pode, ouvindo com interesse dócil 

A voz que lhe diz: ”Fostes feito para crescer, 

Para progredir e não para ficar imóvel." 

No segundo entrar cheio de um nobre desejo. 

Segundo o que decide ver seu destino 

Sombrio se desenrolar sob seu olhar desvairado, 

Ou então lhe sorrindo como a noiva 

Sorri ao homem feliz a quem o seu coração é devido. 

Mas se fazeis o mal, podereis neste mundo 

A riqueza adquirir, os títulos, as honras; 

Mas a calma da alma, e essa alegria profunda 

Que nasce dos santos desejos e alegra os corações 

Desaparecerão para sempre; e do remorso pungente, 

Vos perseguirá a voz no meio dos festins, 

Misturando para perturbá-los sua nota discordante 

Aos vossos cantos de triunfo, aos vossos alegres estribilhos. 

Depois, quando tiver soado para vós a hora fatal, 

Quando o Espírito se livra do corpo que o enclausurava, 

Entrará de novo na esfera moral 

Onde a verdade brilha e o erro desaparece, 

Onde o sofisma impuro, a frouxa hipocrisia

Não acham nunca acesso, onde tudo é luminoso, 

Fantasma acusador, vosso culposo caminho 

Surgirá diante de vós para vos seguir em todos os lugares. 

Vossos crimes tornar-se-ão vossos carrascos, e vós, rico, 

Sentir-vos-eis nu; poderoso, abandonado; 

Fugireis espantados, tremendo como a corça. 

Foge diante do caçador em sua perda obstinado. 

Talvez que ébrio, então, de orgulho e de sofrimento, 

A Deus soltareis um grito blasfemador, 

Acusando-o de vossos males; mas vossa consciência Poderosa elevará este outro grito vingador: 

"Cessa de blasfemar, homem, em tua demência. 

Quando Deus te criou livre, ativo, inteligente, 

Só para ti no mundo limitou seu poder, 

E de tua própria sorte te fez o artífice. 

Tua vontade basta para transformar em alegria 

O mal que sentes. Contempla, radioso, 

Aquele que do dever segue o santo caminho, 

Que luta, que vence, e que conquista os céus. 

Por preço do mesmo esforço, a mesma recompensa 

Te espera. - Por que te lamentar então? Reconsidera-te. 

Desse Deus justo e bom implora a assistência; 

Trabalha, luta, ora, e o céu está em ti." 

Nota do articulista: Transcrição na íntegra extraída da Revista Espírita (edição IDE, tradução Salvador Gentille), de Allan Kardec, edição de março de 1863, assinada por Um Espírito Protetor e recebida no Grupo Espírita de Paulo, médium Sr. T...)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

REENCARNAÇÃO  - ESQUECIMENTO DO PASSADO - por Richard Simonetti

1 – Se reencarnamos para ressarcir dívidas, não seria interessante guardar a lembrança delas? Não haveria maior facilidade em aceitar sofrimentos e dissabores que ensejam o resgate?

O objetivo primordial da existência humana é a evolução. O resgate de dívidas é apenas parte do processo. Quanto ao esquecimento, funciona em nosso benefício. Seria impossível incorporar, sem perturbador embaralhamento, o rico, o pobre, o negro, o índio, o branco, o amarelo, o analfabeto, o letrado e tudo mais que já fomos, em múltiplas encarnações. É ilustrativo que muita gente vai parar em hospitais psiquiátricos simplesmente por sofrer a pressão de pálidas lembranças, envolvendo acontecimentos pretéritos.

2 – Se não lembramos o que fomos e fizemos, de que nos adianta?

Guardamos a experiência. O adulto não se lembra de seus primeiros passos, na infância, mas conserva a adquirida capacidade de andar.

3 – Há alguma causa física para o esquecimento?

Sim. O Espírito reencarnado registra clara e conscientemente apenas o que passa pelos cinco sentidos – tato, paladar, olfato, audição e visão. Essa é uma das razões pelas quais também não lembramos das experiências no mundo espiritual durante as horas de sono.

4 – As vivências anteriores ficam perdidas?

Nada se perde. Ficam resguardadas nos arquivos do inconsciente, que se localiza na intimidade do Espírito, o ser imortal. É esse substrato das experiências pretéritas que compõe a personalidade do indivíduo, com suas características, tendências e aptidões. Em determinadas circunstâncias, naturalmente ou sob indução hipnótica, esses arquivos se abrem e surgem as reminiscências.



5 – Fala-se que o principal objetivo do esquecimento é possibilitar a reconciliação de desafetos do passado, reunidos pelos laços da consanguinidade no lar. Seria isso?

Pode acontecer, mas seria exagero generalizar. É mais frequente nos ligarmos a Espíritos simpáticos, a fim de consolidarmos afeições e nos ajudarmos mutuamente nos caminhos da vida.

6 – Por que, então, há tantos conflitos e desentendimentos nos lares? Não seria lógico imaginar que estamos diante de adversários em confronto?

O objetivo das experiências junto a desafetos do pretérito, quando ocorram, não é a dissensão, mas a pacificação. Deus não nos une pela consanguinidade para vivermos às turras. Desentendimentos no lar relacionam-se muito mais com a falta de compreensão, respeito e tolerância que caracteriza o ser humano, orientado pelo egoísmo. Falando o português claro: o problema é a falta de educação.

7 – Na análise de todas as circunstâncias que envolvem a reencarnação, conclui-se que é bom esquecer o pretérito…

É indispensável! No planeta em que vivemos, habitado por Espíritos atrasados, comprometidos com o vício e a irresponsabilidade, é importante desfrutar a bênção do recomeço, suprimindo, temporariamente, o passado. Imaginemos um condenado de consciência atormentada, desfrutando a misericordiosa possibilidade de cumprir sua pena sem a perturbadora lembrança de seus desatinos…

8 – Chegará o tempo em que recordaremos plenamente das vidas anteriores?

Sim, na medida em que se torne mais sofisticado o cérebro, habilitando-nos a recuperar informações confinadas no inconsciente; em que se depure o sentimento, para que contemplemos o passado sem constrangimento; em que sejamos capazes de evitar desajustes decorrentes de um embaralhamento de lembranças… Levará milênios, talvez, mas chegaremos lá.




segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A GRANDE INSTRUTORA

Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: Visão Nova. Lição nº 17. Página 75.

Benemérita instrutora existe, cuja visitação sempre recebemos com alarme e às vezes com reclamações infindáveis.

Orienta sem gritaria e ampara sem violência.

Semelhante mentora palmilha todas as estradas humanas e chama-se"Enfermidade".

Nesta afirmativa não há lirismo simbólico.

Desejamos apenas considerar que a doença é a correção provocada por nossos próprios desequilíbrios, agora ou no passado, atuando, a fim de que não venhamos a cair em maiores padecimentos na esteira do tempo.

Por isso mesmo, vale receber-lhe a presença com respeito, moderação e bom ânimo.

Se a dor te não impede a movimentação orgânica, persevera com o trabalho, sem desprezá-lo, embora não possas atender a todos deveres na feição integral, e não olvides que enquanto o corpo é suscetível de ação própria, o serviço é o melhor reconstituinte para as deficiências da vida física e o melhor sedativo para os aborrecimentos morais.

Se a enfermidade age nas células que permanecem a teu serviço, confia-te ao pensamento reto.

Nunca te entregues à revolta, ao desalento ou à indisciplina.

Esse trio de sombras te encarceraria em maiores conflitos mentais.

A mente insubmissa ou desesperada não poderá governar o cosmo vital a que se ajusta, agravando os seus próprios problemas.

Ergue-te, em espírito, na intimidade do coração, trabalha sempre e não percas o sorriso de confiança.

Cada dia é nova folha do livro infinito da vida e a proteção do Senhor não nos abandona.

Se tens o corpo atado ao leito, incapaz de mobilizar as próprias energias a benefício de ti mesmo recorda que, por vezes, a lição da enfermidade deve ser mais longa, a favor de nossa grande libertação no futuro.

Toda perturbação guarda origens profundas na alma e se o veículo físico passará sempre, à feição de veste corruptível, o espírito é o herdeiro da vida imortal.

Indispensável pensar nisso para que a serenidade nos dignifique nas horas de crise, porquanto representam grande apoio para nós mesmo a calma e a coragem que espalhamos naqueles que nos cercam.

O doente inconformado é um centro de sombrios pensamentos, ligados à discórdia, à rebelião e ao desânimo.

A enfermidade exerce a função de mestre precioso.

Faze silêncio em ti e ouve-lhe os avisos ligeiros ou as advertências profundas.

E ainda que te encontres à frente da morte, lembra-te do Amigo Divino que demandou a ressurreição através do leito erguido na cruz, usando o infinito amor e a extrema renúncia, no próprio sacrifício, para sanar as dores da humanidade.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

VENCERÁS
Não desanimes.
Persiste mais um tanto. Não cultives pessimismo. Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo. Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente. Edifica sempre., Não consinta que o gelo do desencanto te entorpeça o coração. 
Não te impressiones nas dificuldades. Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia. 
Não desistas da paciência.
Não creias em realizações sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permita que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança. 
Não menos prezes o dever que a consciência te impõe. 
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.
Não contes vantagens nem fracassos.
Não dramatizes provações ou problemas. 
Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na vida intima. 
Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou. 
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.
Age auxiliando. Serve sem apego, E assim vencerás.

Francisco Cândido Xavier / Emmanuel - do livro "Astronautas do além" - edição GEEM)"

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O SÁBIO E O PÁSSARO - Richard Simonetti
Um jovem maldoso e inconsequente resolveu pregar uma peça em idoso e experiente mestre, famoso por sua sabedoria.

­– Quero ver se esse velho é realmente sábio, como dizem. Vou esconder um passarinho em minhas mãos. Depois, em presença de seus discípulos, vou perguntar-lhe se está vivo ou morto. Se responder que está vivo, eu o esmagarei e o apresentarei morto. Se afirmar que está morto, abrirei a mão e o pássaro voará.

Realmente, uma armadilha infalível. Qualquer que fosse sua resposta, o sábio ficaria desmoralizado. Diante do ancião acompanhado dos aprendizes, fez a pergunta fatal: – Mestre, este passarinho que tenho preso em minhas mãos, está vivo ou morto?

O sábio olhou bem fundo em seus olhos, como se perscrutasse os recônditos de sua alma, e respondeu: – Meu filho, o destino desse pássaro está em suas mãos.

Esta história pode ser sugestivo exemplo da perversidade que não vacila em esmagar inocentes para conseguir seus objetivos. Será, também, uma demonstração das excelências da sabedoria, a sobrepor-se aos ardis da desonestidade. É, sobretudo, uma ilustração perfeita sobre os mistérios do destino.

Consideram muitos que tudo acontece pela vontade de Deus, mesmo a doença, a miséria, a ignorância, o infortúnio… Trata-se da mais flagrante injustiça que cometemos contra o Criador, o pai de infinito amor e bondade revelado por Jesus. A Vida é dádiva divina, mas a qualidade de vida será sempre fruto das ações humanas, a partir de um prodigioso instrumento: a vontade.

Há os que não vacilam em esmagar a Vida para alcançar seus objetivos, envolvendo-se com a ambição e a usura, a agressividade e a violência, a mentira e a desonestidade, o vício e o crime… E há os que libertam a Vida, estimulando-a a ganhar as alturas.

Entre essas duas minorias, que se situam nos extremos, temos a maioria que não é má, mas não assume compromisso com o Bem. Por isso, o mal no Mundo está muito mais relacionado com a omissão silenciosa dos que se acreditam bons, mas não desenvolvem nenhum esforço para evitar que os maus façam barulho. Isso está bem claro na questão na questão 931, de O Livro dos Espíritos: Por que, no Mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons? Resposta: Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quanto estes o quiserem, preponderarão.

Poderíamos acrescentar que a omissão dos bons favorece ainda que as pessoas se envolvam com o mal, porque ninguém as ajuda, nem orienta, nem as atende em suas carências.

Algum progresso tem sido alcançado. Fala-se muito, na atualidade, sobre cidadania. Ser cidadão é estarmos conscientes de nossos direitos. É lutarmos por eles, a partir dos elementares direitos à saúde, à educação, à habitação e, sobretudo, o inalienável direito à vida.

É um passo importante. Podemos melhorar as condições de vida de uma sociedade, trabalhando pelos direitos humanos. Mas há outro passo, bem mais importante: Assumir deveres.

Destaque-se o dever básico: Exercitar a solidariedade, fazendo pelo próximo bem que desejamos receber, conforme Jesus.

A mão que liberta o homem da doença, da miséria, da ignorância, do infortúnio, para que a Vida ganhe as alturas, deve ser a filosofia de trabalho de todas as pessoas que desejam contribuir em favor de um mundo melhor.

A Doutrina Espírita deixa bem claro que não podemos nos omitir diante das misérias humanas. É preciso fazer algo pelo semelhante. O destino de nossa sociedade é o somatório de nossas ações. Não se faz uma sociedade boa se, a par do exercício de cidadania, não houver o cultivo da solidariedade.

Aqueles que se empenham em ajudar o próximo, libertam-se das angústias que afligem o homem comum, preso ao egoísmo. Ajudando alguém a erguer-se de suas misérias, pairam acima das inquietações humanas. Contribuindo para clarear sendas alheias, iluminam o próprio caminho. Estimulando ao bem seus irmãos, com a força do exemplo, percebem, deslumbrados, que encontraram sua gloriosa destinação.

         

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Um menino de dez anos – Orson Peter Carrara

Enquanto os pais assistiam ao show musical, acomodados no grande salão do belo teatro, o garoto de apenas dez anos estava no banheiro “aprontando”. Ele simplesmente “socou” vários rolos de papel higiênico nos vasos sanitários, entupiu os ralos do chão e das pias com o mesmo papel picadinho e saiu deixando todas as torneiras abertas.
O resultado não se fez esperar. Em breve tempo a água invadiu o espaço todo que dava acesso aos sanitários, surpreendendo o público e funcionários na saída do show.
O autor da “arte” não foi descoberto no momento. A mãe veio me contar posteriormente porque o garoto, ouvindo minha palestra sobre minha timidez na infância e adolescência, quis conversar comigo. Disse-me ele do enfrentamento com os colegas na sala de aula, que o atormentam – segundo sua versão –, razão pela qual identificou-se com a minha fala. Durante nossa conversa, transmiti-lhe otimismo, pedi-lhe que não reagisse às provocações, abracei-o e o estimulei ao bom comportamento. Mas eu ainda não sabia do episódio do teatro.
Depois juntei as peças. O garoto, como qualquer criança da sua idade, ainda não tem noção exata, nem maturidade para muitas situações, embora saibam bem as crianças dessa idade o que é certo e o que é errado. Mas o episódio do banheiro, ainda que sendo uma aventura irresponsável com evidentes prejuízos, é também uma explosão de agressão às dificuldades próprias dos embates da idade nos confrontos com colegas da mesma faixa etária.
Sentindo-se acuado, pressionado, a reação vai se apresentar de alguma forma, até para chamar a atenção.
Os psicólogos tem melhores condições do que eu para bem definir tais situações e até sugestões para atenuar essas crises e reações internas que não estão apenas na infância, mas também na idade adulta. Quantos adultos que agem como crianças mimadas!
Mas o fato é que, percebendo os pais tais dificuldades, a ajuda e apoio precisam aparecer, para não piorar a situação.
O diálogo, a presença carinhosa ao invés de punitiva, o exemplo de companheirismo e compreensão e as orientações de pais e educadores e até mesmo a terapia psicológica são de grande valia para alteração do quadro.
A frequência ao templo religioso, com as práticas próprias de cada religião e mesmo a prece em casa, são recursos preciosos para acalmar esses ímpetos desagradáveis que ocorrem com nossas crianças. E, claro, a mudança para melhor no comportamento dos adultos.
O fato final é que pais e educadores não podem ignorar tais ocorrências. As crianças trazem consigo seus traumas e dificuldades e precisam da orientação e ajuda dos adultos. Nem sempre conseguem entender e superar os enfrentamentos que a vida vai trazendo.
Como ignorar isso? Por omissão desse quadro é que estamos tendo tantos adultos e jovens desequilibrados promovendo tantas tragédias no cotidiano da vida humana.
É pela nossa indiferença em casa também que muitos de nossos jovens adentram o perigoso caminho das drogas e se deixam arrastar pela violência. Existem, é claro, outras causas e também não podemos generalizar, mas os filhos precisam do carinho dos pais e seus educadores e o grande desafio é que esse carinho não pode ser castrador nem liberal demais. O equilíbrio entre os dois pontos é o grande desafio para os pais.
Falar para eles, desde tenra idade, da bondade de Deus para conosco, do respeito aos animais, ao patrimônio público, aos mais velhos, às instituições, aos professores; ensinar-lhes a orar, falar-lhes diretamente ao coração – com exemplos – do Evangelho do Cristo é vacina certa e indicada que evita o adulto ou o jovem desequilibrado dos anos futuros.
Essa semeadura prudente evita o egoísmo feroz que caracteriza a sociedade moderna, geradora de tanta violência e desrespeito ou indiferença para com a vida. A gratidão, a alegria de viver, a honestidade, a coragem, a determinação e a fé são valores que os pais e educadores nunca devem desistir de transmitir às novas gerações.
Basta pensar que nunca esquecemos as lições de honestidade que recebemos de nossos pais. Nunca esqueceremos os exemplos de dignidade, perseverança e trabalho que semearam no ambiente doméstico e da fé ardente que nos transmitiram. Isso faz o adulto consciente. As bagagens do adulto se formam na infância, sob influência direta do adulto.
Estejamos, pois, atentos, com nosso dever de educar!



segunda-feira, 7 de outubro de 2013

DIZES-TE
Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Religião dos Espíritos. Lição nº 13. Página 39. Reunião pública de 23/02/1959.

Dizes-te pobre; entretanto, milionários de todas as procedências dar-te-iam larga fortuna por ínfima parte do tesouro de tua fé.

Dizes-te desorientado; contudo, legiões de companheiros, cujo passo a cegueira física entenebrece, comprar-te-iam por alta recompensa leve migalha da visão que te favorece, para contemplarem pequena faixa da natureza.

Dizes-te impedido de praticar o bem; todavia, multidões de pessoas algemadas aos catres da enfermidade oferecer-te-iam bolsas repletas por insignificante recurso da locomoção com que te deslocas, de maneira a se exercitarem no auxilio aos outros.

Dizes-te desanimado; sem te recordares, porém, de que vastas fileiras de mutilados estariam dispostos a adquirir, com a mais elevada quota de ouro, a riqueza de teus pés e a bênção de teus braços.

Dizes-te em provação; mas olvidas que, na triste enxovia dos manicômios, inúmeros sofredores cederiam quanto possuem para que lhes desses um pouco de equilíbrio e de lucidez.

Dizes-te impossibilitado de ajudar com a luz da palavra; no entanto, mudos incontáveis fariam sacrifícios ingentes para deter algum recurso do verbo claro que te vibra na boca.

Dizes-te desamparado; entretanto, milhões de criaturas dariam tudo o que lhes define a posse na vida para usar um corpo harmônico qual o teu, a fim de socorrerem os filhos da expiação e do sofrimento.

Por quem és, não lavres certidão de incapacidade contra ti mesmo.

Lembra-te de que um sorriso de confiança, uma prece de ternura, uma frase de bom ânimo, um gesto de solidariedade e um minuto de paz não têm preço na Terra.

Antes de censurar o irmão que traz consigo a prova esfogueante das grandes propriedades, sai de ti mesmo e auxilia o próximo que, muita vez, espera simplesmente uma palavra de entendimento e de reconforto, para transferir-se da treva à luz.

E, então, perceberás que a beneficência é o cofre que devolve patrimônios temporariamente guardados a distância das necessidades alheias, e que a caridade, lídima e pura, é amor sempre vivo, a fluir, incessante do amor de Deus.

domingo, 6 de outubro de 2013

CURAS INEXPLICÁVEIS

Cido Lopes estava desnorteado. Recém-chegado a Bebedouro, viera do sítio para trabalhar na ferrovia. Estava com um dos filhos doente. Aplicara todos os medicamentos receitados pelo médico, mas a criança continuava doente. Estava caidinha de tanto tossir. Foi quando um colega de ferrovia falou do Seu Ambrósio.
Assim que chegou à casa do curador, um voluntário que organizava a entrada dos doentes veio diretamente em sua direção e da esposa, que estava com a criança no colo. O casal foi encaminhado imediatamente para o atendimento.
— Então esse é o Cidinho? – trovejou um homem de tez negra, com quase dois metros de altura. Embora seu aspecto físico infundisse surpresa, aquela criatura transpirava pureza de sentimentos e um sincero desejo de fazer o bem. Os pais de Cidinho imediatamente souberam que estavam em boas mãos. 

Ambrósio tomou nos braços a criança, cujo peito arfava de fazer dó, e simplesmente nela fixou o seu olhar. Fechou os olhos e orou: — Senhor Deus! Tenha dó desta criança que sofre muito. Faça sua vontade, Senhor! 
Imediatamente Cidinho, que até então estava prostrado pelos longos dias de febre e dor, começou a tossir convulsivamente.

Uma auxiliar, já preparada para a operação, estendeu uma toalha muito límpida, que amparou grossas secreções que saíam aos borbotões do peito do menino. O processo foi muito rápido, como se uma corrente elétrica tivesse se estabelecido entre o curador e o doente.

Cidinho começou a chorar como há muitos dias não acontecia, por absoluta falta de forças e pelo congestionamento de seus brônquios.

A um novo sinal, outro auxiliar trouxe um copo com água. Ambrósio estendeu a mão direita sobre o líquido que, inexplicavelmente, começou a borbulhar, como se algum medicamento ali houvesse sido colocado.
— Graças a Deus a criança vai se salvar! – falou Seu Ambrósio com humildade. — Os médicos espirituais cuidaram dela. Ainda por uma semana Cidinho deverá tomar uma colher desta água a cada seis horas. E dirigindo-se a Cido Lopes falou: — Meu amigo. Chegando em sua casa,reúna sua família e agradeça a Deus por sua misericórdia.
O casal chorava emocionado. Depois de tantos dias de sofrimento e vigília, Cidinho dormia serenamente, como há muito tempo não acontecia. 
Certas pessoas, verdadeiramente, têm o dom de curar pelo simples toque?
— A força magnética pode ir até aí quando secundada pela pureza de sentimentos e um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons Espíritos ajudam.
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Questão 556

Nem todas as pessoas podem ser curadas. Pode acontecer, informa Kardec, que o bem do doente esteja em sofrer por mais tempo. Nesse caso julgamos que as nossas preces não foram ouvidas.
No entanto, quando um médium dotado de grande magnetismo e bons sentimentos é secundado por Espíritos do bem e encontra um paciente com méritos junto de Deus, podem ocorrer curas que a ciência oficial não saberia explicar. 

No trato das coisas do espírito é natural que sempre falemos em merecimento, consoante a lei de causa e efeito. É forçoso lembrar, no entanto, que a misericórdia de Deus jamais falha.
Assim, ainda que não sejamos merecedores da cura definitiva, jamais nos será negado o alívio de nossas dores, se tivermos fé e humildade. 

Confiemos sempre na providência divina!



sábado, 5 de outubro de 2013

RECADOS DA ESPIRITUALIDADE - por Sidney Francese Fernandes
         Genivaldo Barbosa e seus dois irmãos viviam com suas famílias em propriedade rural que haviam herdado de seus pais. Criavam e vendiam gado bovino.
         Trabalhadores e honestos, reuniam-se semanalmente para orar, juntos, no culto do evangelho no lar.
         Certo dia apareceram os irmãos acompanhados de senhor muito bem vestido. Tratava-se de comprador interessado nos animais dos irmãos Barbosa, que estava oferecendo valores bem superiores aos dos frigoríficos da região. Logo chegaram a um acordo. Em algumas horas Roberto viria buscar os animais com um caminhão. Pedia prazo para os pagamentos. Deixaria, como garantia, alguns cheques a serem resgatados em datas futuras.
         Alguma coisa, no íntimo de Genivaldo, lhe dizia que precisariam analisar melhor o negócio. Afinal de contas, era o esforço de um ano de toda a família que estava em jogo. Não deveriam ser mais prudentes?
         Pressionado, porém, pelo entusiasmo dos irmãos, Genivaldo estava para "bater o martelo" na transação.
         De repente, entra no recinto o pequeno Adolfo dizendo:
         — Tio Valdo. Vó Tácia quer falar com o senhor! – disse o menino.
         — Diga a ela que estou terminando um negócio importante, mas em seguida irei à casa dela – respondeu Genivaldo.
         — Tio Valdo. Vó Tácia disse que tem que ser agora!
         Genivaldo assustou-se. "Vó Tácia" tinha grande sensibilidade mediúnica. Se estava mandando aquele recado é porque se tratava de coisa séria.
         — Qual é o problema, Anastácia? – disse Genivaldo.
         — Suspenda esse negócio, Tio Valdo! – advertiu.
         — O quê? Mas, pode me dizer o motivo? Essa venda vai nos trazer muitas vantagens!
         — Vai perder todas as vaquinhas da família. Irmão Lupércio está aconselhando Tio Valdo a se informar melhor.
         Genivaldo respeitava a mediunidade de Anastácia. Ela se entendia muito bem com Irmão Lupércio, protetor espiritual da família.
         Voltando à reunião, informou ao comprador que havia surgido um problema muito sério e teriam que suspender o negócio.  No dia seguinte, logo na abertura da agência bancária da cidade, lá estavam os três irmãos, buscando informações de Roberto Sales, junto ao gerente. Tiveram o cuidado de levar a placa do seu carro e em poucos instantes tinham a resposta.
         O veículo pertencia a Roberto Almeida, nome verdadeiro do tal Roberto Sales, procurado pela polícia por estelionato. Costumava aplicar golpes em fazendeiros daquela região do estado, espalhando cheques sem fundos, apossando-se de seus animais.
         Naquela noite, a oração do culto do evangelho dos Barbosa foi de agradecimento pela proteção recebida.
         As advertências de nossos Espíritos protetores têm por objeto único a conduta moral ou também a conduta a ter nas coisas da vida particular?
Respondem os Espíritos: — Tudo. Eles procuram fazer-vos viver o melhor possível. Mas, frequentemente, fechais os ouvidos às boas advertências, e sois infelizes por vossa causa.
         Os Espíritos protetores nos ajudam com seus conselhos pela voz da consciência, que fazem falar em nós. Mas, como a isso não ligamos sempre a importância necessária, nos dão de maneira mais direta, servindo-se das pessoas que nos rodeiam.
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Questão 524
Baseado em fato real contado por João Eduardo Fabris, de Presidente Prudente.



sexta-feira, 4 de outubro de 2013

EM TORNO DA FELICIDADE

Em matéria de felicidade convém não esquecer que nos transformamos sempre naquilo que amamos.
Quem se aceita como é, doando de si à vida o melhor que tem, caminha mais facilmente para ser feliz como espera ser.
A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.
A alegria do próximo começa muitas vezes no sorriso que você lhe queira dar.
A felicidade pode exibir-se, passear, falar e comunicar-se na vida externa, mas reside com endereço exato na consciência tranquila.
Se você aspira a ser feliz e traz ainda consigo determinados complexos de culpa, comece a desejar a própria libertação, abraçando no trabalho em favor dos semelhantes o processo de reparação desse ou daquele dano que você haja causado em prejuízo de alguém.
Estude a si mesmo, observando que o autoconhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz.
Amor é a força da vida e trabalho vinculado ao amor é a usina geradora da felicidade.
Se você parar de se lamentar, notará que a felicidade está chamando o seu coração para vida nova.
Quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, medite na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim.

ANDRÉ LUIZ

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

CONQUISTANDO SIMPATIA
Aprenda a sorrir para estender a fraternidade.
Eleve o seu vocabulário para intercâmbio com os outros.
Carregue as suas frases com baterias de compreensão e otimismo.
Eduque a voz para que seja moldura digna de sua imagem.
Converse motivando as pessoas para o bem.
Não corte o assunto com anotações diferentes daquilo que interessa ao seu interlocutor.
Quem aprende a ouvir com respeito fala sempre melhor.
Diante de problemas a solucionar, esclareça com serenidade sem destacar a perturbação.
Quanto possível, procure calar suas mágoas, reservando-as para os seus colóquios com Deus.
Recordemos: Todos necessitamos uns dos outros e a palavra simples e espontânea é a chave da simpatia.
.André Luiz / Médium Chico Xavier

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

TELHADO DE VIDRO - por Richard Simonetti
Em uma de suas viagens a Jerusalém (João, 8:1-11) Jesus compareceu ao Templo. Transmitia suas lições a expressivo grupo de ouvintes, quando surgiram alguns escribas e fariseus. Apresentaram uma mulher, explicando: 
– Mestre, esta mulher foi surpreendida em adultério. Moisés ordenou-nos na Lei que seja apedrejada. Tu, pois, o que dizes?
Grave acusação, com base em dois dispositivos da Lei Mosaica:
Em Levítico (20:10): Se um homem cometer adultério com a mulher de seu próximo, ambos, o adúltero e a adúltera, certamente serão mortos.
Em Deuteronômio (22:22): Se um homem for achado deitado com uma mulher casada, ambos serão mortos…
A legislação mosaica era draconiana. A execução, não raro, envolvia a lapidação. O condenado postava-se à frente do povo, que passava a atirar-lhe pedras, até sua morte. 
Povo machista, os rigores da Lei eram sempre para a mulher, em questões de fidelidade conjugal, tanto que nesta passagem somente ela estava sendo acusada, embora o flagrante, obviamente, envolvesse seu parceiro.
Havendo suspeita de adultério, por parte do marido, a esposa era submetida ao ordálio, o juízo de Deus. Era o seguinte:
Diante de um sacerdote, era obrigada a beber nauseante poção. Se lhe causasse intenso mal estar, com incontrolável regurgitação, era proclamada culpada e condenada ao apedrejamento. Se resistisse, seria absolvida.
A segunda hipótese dificilmente ocorria. A poção era forte, e ainda não existia o sonrisal.

Escribas e fariseus estavam mal intencionados. 
Submetendo a adúltera a Jesus, prepararam a armadilha perfeita, infalível. Qualquer que fosse sua resposta estaria comprometido, lembrando o adágio: Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.
Se não a condenasse, estaria contestando Moisés. Falta grave. Seria apontado como traidor.
Se a condenasse, perderia a aura de bondade, o maior obstáculo à intenção de situá-lo como iconoclasta, destruidor do culto estabelecido.
O Mestre não se abalou. Sentado à maneira oriental, escrevia na areia, como se meditasse. Após momentos de eletrizante expectativa, pronunciou seu imorredouro ensinamento.
– Aquele dentre vós que está sem pecados, atire a primeira pedra.
Fosse outra pessoa e, imediatamente, escribas e fariseus, acompanhados pelo povo, desandariam a fazê-lo. Com Jesus era diferente. Dotado de incontestável autoridade espiritual, tinha pleno domínio da situação.
Pesado silêncio fez-se sentir. Ante a força moral daquele homem que devassava suas mazelas, ninguém se sentia autorizado a iniciar a execução.
Pouco a pouco, dispersou-se a multidão, começando pelos mais velhos, até chegar aos mais moços. Em breve, Jesus estava sozinho com a adúltera. Perguntou-lhe, então:
– Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?
– Ninguém, senhor.
– Nem eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais.
Nesta passagem vemos uma vez mais a extraordinária lucidez de Jesus, ágil no raciocínio, a confundir seus opositores, e ainda aproveita o ensejo para ensinamento basilar:
Ninguém é suficientemente puro para habilitar-se a julgar as impurezas alheias.
Essa ideia é marcante no ensinamento cristão. Jesus situa como hipócritas os que não enxergam lascas de madeira em seus olhos e se preocupam com meros ciscos em olhos alheios.
Observam falhas mínimas no comportamento dos outros. Não encaram gritantes defeitos em si mesmos.
Há em relação ao assunto curiosa situação: Vemos nos outros algo do que somos.
O preconceituoso presume-se discriminado.
O maledicente imagina maldades.
O malicioso fantasia segundas intenções.
Projetamos no comportamento alheio algo de nossas próprias mazelas. Assim, o mal está em nós mesmos.
Quem estuda as obras de André Luiz percebe claramente que os Espíritos orientadores jamais usam adjetivos depreciativos.
Não dizem:
– Fulano é um cafajeste, um vagabundo, um pervertido, um mau caráter, um criminoso, um monstro…
Veem o irmão em desvio, o companheiro necessitado de ajuda, o enfermo que precisa de tratamento…
Consideram que todo julgamento é assunto para a Justiça Divina. Só Deus conhece todos os detalhes. 
Mesmo quando lidam com obsessores, tratam de socorrê-los sem críticas, situando-os como irmãos em desajuste.
Faz sentido! 
Somos todos filhos de Deus. Fomos criados para o Bem. O mal em nós é apenas um desvio de rota, um equívoco, uma doença que deve ser tratada.

A fórmula para essa visão tem dois componentes básicos:
A intransigência e a indulgência.
Pode parecer tolice. Afinal, são atitudes antagônicas.
Mas é simples:
Devemos ser intransigentes conosco.
Vigiar atentamente nossas ações; não perdoar nossos deslizes; criticar nossas faltas, dispondo-nos ao esforço permanente de renovação. É o despertar da consciência.
Devemos ser indulgentes com os outros.
Evitar o julgamento, a crítica e as más palavras; respeitar o próximo, suas opções de vida, sua maneira de ser.
É o despertar do coração.
Quando aplicamos essa orientação, ocorre algo muito interessante. Quanto mais intransigentes conosco, mais indulgentes somos com o próximo, exercitando o princípio fundamental: Não podemos atirar pedras em telhados alheios, porquanto o nosso é de vidro, muito frágil.