sábado, 5 de outubro de 2013

RECADOS DA ESPIRITUALIDADE - por Sidney Francese Fernandes
         Genivaldo Barbosa e seus dois irmãos viviam com suas famílias em propriedade rural que haviam herdado de seus pais. Criavam e vendiam gado bovino.
         Trabalhadores e honestos, reuniam-se semanalmente para orar, juntos, no culto do evangelho no lar.
         Certo dia apareceram os irmãos acompanhados de senhor muito bem vestido. Tratava-se de comprador interessado nos animais dos irmãos Barbosa, que estava oferecendo valores bem superiores aos dos frigoríficos da região. Logo chegaram a um acordo. Em algumas horas Roberto viria buscar os animais com um caminhão. Pedia prazo para os pagamentos. Deixaria, como garantia, alguns cheques a serem resgatados em datas futuras.
         Alguma coisa, no íntimo de Genivaldo, lhe dizia que precisariam analisar melhor o negócio. Afinal de contas, era o esforço de um ano de toda a família que estava em jogo. Não deveriam ser mais prudentes?
         Pressionado, porém, pelo entusiasmo dos irmãos, Genivaldo estava para "bater o martelo" na transação.
         De repente, entra no recinto o pequeno Adolfo dizendo:
         — Tio Valdo. Vó Tácia quer falar com o senhor! – disse o menino.
         — Diga a ela que estou terminando um negócio importante, mas em seguida irei à casa dela – respondeu Genivaldo.
         — Tio Valdo. Vó Tácia disse que tem que ser agora!
         Genivaldo assustou-se. "Vó Tácia" tinha grande sensibilidade mediúnica. Se estava mandando aquele recado é porque se tratava de coisa séria.
         — Qual é o problema, Anastácia? – disse Genivaldo.
         — Suspenda esse negócio, Tio Valdo! – advertiu.
         — O quê? Mas, pode me dizer o motivo? Essa venda vai nos trazer muitas vantagens!
         — Vai perder todas as vaquinhas da família. Irmão Lupércio está aconselhando Tio Valdo a se informar melhor.
         Genivaldo respeitava a mediunidade de Anastácia. Ela se entendia muito bem com Irmão Lupércio, protetor espiritual da família.
         Voltando à reunião, informou ao comprador que havia surgido um problema muito sério e teriam que suspender o negócio.  No dia seguinte, logo na abertura da agência bancária da cidade, lá estavam os três irmãos, buscando informações de Roberto Sales, junto ao gerente. Tiveram o cuidado de levar a placa do seu carro e em poucos instantes tinham a resposta.
         O veículo pertencia a Roberto Almeida, nome verdadeiro do tal Roberto Sales, procurado pela polícia por estelionato. Costumava aplicar golpes em fazendeiros daquela região do estado, espalhando cheques sem fundos, apossando-se de seus animais.
         Naquela noite, a oração do culto do evangelho dos Barbosa foi de agradecimento pela proteção recebida.
         As advertências de nossos Espíritos protetores têm por objeto único a conduta moral ou também a conduta a ter nas coisas da vida particular?
Respondem os Espíritos: — Tudo. Eles procuram fazer-vos viver o melhor possível. Mas, frequentemente, fechais os ouvidos às boas advertências, e sois infelizes por vossa causa.
         Os Espíritos protetores nos ajudam com seus conselhos pela voz da consciência, que fazem falar em nós. Mas, como a isso não ligamos sempre a importância necessária, nos dão de maneira mais direta, servindo-se das pessoas que nos rodeiam.
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Questão 524
Baseado em fato real contado por João Eduardo Fabris, de Presidente Prudente.



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