RECADOS
DA ESPIRITUALIDADE
- por Sidney Francese Fernandes
Genivaldo
Barbosa e seus dois irmãos viviam com suas famílias em propriedade rural que
haviam herdado de seus pais. Criavam e vendiam gado bovino.
Trabalhadores
e honestos, reuniam-se semanalmente para orar, juntos, no culto do evangelho no
lar.
Certo
dia apareceram os irmãos acompanhados de senhor muito bem vestido. Tratava-se
de comprador interessado nos animais dos irmãos Barbosa, que estava oferecendo
valores bem superiores aos dos frigoríficos da região. Logo chegaram a um
acordo. Em algumas horas Roberto viria buscar os animais com um caminhão. Pedia
prazo para os pagamentos. Deixaria, como garantia, alguns cheques a serem
resgatados em datas futuras.
Alguma
coisa, no íntimo de Genivaldo, lhe dizia que precisariam analisar melhor o
negócio. Afinal de contas, era o esforço de um ano de toda a família que estava
em jogo. Não deveriam ser mais prudentes?
Pressionado,
porém, pelo entusiasmo dos irmãos, Genivaldo estava para "bater o
martelo" na transação.
De
repente, entra no recinto o pequeno Adolfo dizendo:
—
Tio Valdo. Vó Tácia quer falar com o senhor! – disse o menino.
—
Diga a ela que estou terminando um negócio importante, mas em seguida irei à
casa dela – respondeu Genivaldo.
—
Tio Valdo. Vó Tácia disse que tem que ser agora!
Genivaldo
assustou-se. "Vó Tácia" tinha grande sensibilidade mediúnica. Se
estava mandando aquele recado é porque se tratava de coisa séria.
—
Qual é o problema, Anastácia? – disse Genivaldo.
—
Suspenda esse negócio, Tio Valdo! – advertiu.
—
O quê? Mas, pode me dizer o motivo? Essa venda vai nos trazer muitas vantagens!
—
Vai perder todas as vaquinhas da família. Irmão Lupércio está aconselhando Tio
Valdo a se informar melhor.
Genivaldo
respeitava a mediunidade de Anastácia. Ela se entendia muito bem com Irmão Lupércio,
protetor espiritual da família.
Voltando
à reunião, informou ao comprador que havia surgido um problema muito sério e
teriam que suspender o negócio. No dia seguinte,
logo na abertura da agência bancária da cidade, lá estavam os três irmãos,
buscando informações de Roberto Sales, junto ao gerente. Tiveram o cuidado de
levar a placa do seu carro e em poucos instantes tinham a resposta.
O
veículo pertencia a Roberto Almeida, nome verdadeiro do tal Roberto Sales, procurado
pela polícia por estelionato. Costumava aplicar golpes em fazendeiros daquela
região do estado, espalhando cheques sem fundos, apossando-se de seus animais.
Naquela
noite, a oração do culto do evangelho dos Barbosa foi de agradecimento pela proteção
recebida.
As
advertências de nossos Espíritos protetores têm por objeto único a conduta
moral ou também a conduta a ter nas coisas da vida particular?
Respondem os Espíritos: — Tudo. Eles
procuram fazer-vos viver o melhor possível. Mas, frequentemente, fechais os
ouvidos às boas advertências, e sois infelizes por vossa causa.
Os
Espíritos protetores nos ajudam com seus conselhos pela voz da consciência, que
fazem falar em nós. Mas, como a isso não ligamos sempre a importância
necessária, nos dão de maneira mais direta, servindo-se das pessoas que nos
rodeiam.
Allan
Kardec, O Livro dos Espíritos, Questão 524
Baseado em fato real contado por João
Eduardo Fabris, de Presidente Prudente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário