domingo, 6 de outubro de 2013

CURAS INEXPLICÁVEIS

Cido Lopes estava desnorteado. Recém-chegado a Bebedouro, viera do sítio para trabalhar na ferrovia. Estava com um dos filhos doente. Aplicara todos os medicamentos receitados pelo médico, mas a criança continuava doente. Estava caidinha de tanto tossir. Foi quando um colega de ferrovia falou do Seu Ambrósio.
Assim que chegou à casa do curador, um voluntário que organizava a entrada dos doentes veio diretamente em sua direção e da esposa, que estava com a criança no colo. O casal foi encaminhado imediatamente para o atendimento.
— Então esse é o Cidinho? – trovejou um homem de tez negra, com quase dois metros de altura. Embora seu aspecto físico infundisse surpresa, aquela criatura transpirava pureza de sentimentos e um sincero desejo de fazer o bem. Os pais de Cidinho imediatamente souberam que estavam em boas mãos. 

Ambrósio tomou nos braços a criança, cujo peito arfava de fazer dó, e simplesmente nela fixou o seu olhar. Fechou os olhos e orou: — Senhor Deus! Tenha dó desta criança que sofre muito. Faça sua vontade, Senhor! 
Imediatamente Cidinho, que até então estava prostrado pelos longos dias de febre e dor, começou a tossir convulsivamente.

Uma auxiliar, já preparada para a operação, estendeu uma toalha muito límpida, que amparou grossas secreções que saíam aos borbotões do peito do menino. O processo foi muito rápido, como se uma corrente elétrica tivesse se estabelecido entre o curador e o doente.

Cidinho começou a chorar como há muitos dias não acontecia, por absoluta falta de forças e pelo congestionamento de seus brônquios.

A um novo sinal, outro auxiliar trouxe um copo com água. Ambrósio estendeu a mão direita sobre o líquido que, inexplicavelmente, começou a borbulhar, como se algum medicamento ali houvesse sido colocado.
— Graças a Deus a criança vai se salvar! – falou Seu Ambrósio com humildade. — Os médicos espirituais cuidaram dela. Ainda por uma semana Cidinho deverá tomar uma colher desta água a cada seis horas. E dirigindo-se a Cido Lopes falou: — Meu amigo. Chegando em sua casa,reúna sua família e agradeça a Deus por sua misericórdia.
O casal chorava emocionado. Depois de tantos dias de sofrimento e vigília, Cidinho dormia serenamente, como há muito tempo não acontecia. 
Certas pessoas, verdadeiramente, têm o dom de curar pelo simples toque?
— A força magnética pode ir até aí quando secundada pela pureza de sentimentos e um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons Espíritos ajudam.
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Questão 556

Nem todas as pessoas podem ser curadas. Pode acontecer, informa Kardec, que o bem do doente esteja em sofrer por mais tempo. Nesse caso julgamos que as nossas preces não foram ouvidas.
No entanto, quando um médium dotado de grande magnetismo e bons sentimentos é secundado por Espíritos do bem e encontra um paciente com méritos junto de Deus, podem ocorrer curas que a ciência oficial não saberia explicar. 

No trato das coisas do espírito é natural que sempre falemos em merecimento, consoante a lei de causa e efeito. É forçoso lembrar, no entanto, que a misericórdia de Deus jamais falha.
Assim, ainda que não sejamos merecedores da cura definitiva, jamais nos será negado o alívio de nossas dores, se tivermos fé e humildade. 

Confiemos sempre na providência divina!



Um comentário:

  1. Bendita seja a Doutrina Espirita, que nos mostra o caminho que devemos trilhar, reforma intima, caridade, resignaçao...
    Obrigado meu Deus, por ter tido a oportunidade de saber que somos eternos, que se não podemos mudar o começo, podemos começar a mudar o fim.

    ResponderExcluir