sábado, 19 de abril de 2014

PERISPÍRITO E CORPO FÍSICO. DUAS REALIDADES DE UMA ÚNICA ENTIDADE: O ESPÍRITO.
O mecanicismo filosófico de René Descartes (1596-1656) trouxe uma visão puramente material acerca do funcionamento da vida, pois considera que todo evento ou realidade natural a ela inerente se explica levando em conta que o universo é uma grande máquina e os seres viventes também, incluindo o ser humano. Segundo essa doutrina ignora-se a existência de sentimentos ou emoções nos seres e o funcionamento da vida é visto tão somente sob o prisma de um maquinismo previamente regulado pela natureza.

Torna-se visível os efeitos deletérios que essa doutrina trouxe para o desenvolvimento humano, especialmente no campo da ciência médica que passou a considerar o homem apenas formado por um conjunto de órgãos que se movimentam apenas e tão somente sob o dinamismo celular. A existência do ser é unicamente representada como reflexo direto do funcionamento dos diversos órgãos que compõem a estrutura física. Por isso o fenômeno da vida passou a ser visto apenas pelo estreito ângulo material em que se desconsiderou por completo a existência de um ser causal a projetar as suas forças teledinâmicas sobre o organismo físico.  

Ao Espiritismo coube a missão de demonstrar o desacerto da teoria mecanicista de Descartes, porquanto trouxe relevantes informações baseadas em fatos que não foram seguramente contraditados pela razão. Os espíritos provaram para a humanidade que a vida física não é produto de um maquinismo automático em que as miríades celulares funcionam apenas sob a impulsão de fenômenos químicos ou elétricos. A concepção espírita sobre a causa substancial da vida tem como pressuposto a existência de um ser que em contato com a matéria lhe dá a vitalidade necessária: o espírito. Porém a sua influência sobre o cosmo físico somente se dá através de um veículo semi-material denominado perispírito. Ele é o ponto de contato ou o elo entre o espírito e a matéria.

E o perispírito não é uma ficção ou simples abstração alcançável somente pela imaginação. A sua existência já era conhecida desde a mais remota antiguidade, sendo oportuno recordar-se que no Egito, isso há mais de 5.000 anos antes de Cristo ele era conhecido pelo nome de Kha. Na Índia, no Rig-Veda, livro sagrado dos vedas encontramos referências ao perispírito com o nome de linga-sharira. Para Confúcio era o corpo aeriforme. Na Grécia os filósofos se utilizavam de uma variada nomenclatura para defini-lo como veículo leve, corpo luminoso ou carro sutil da alma. Claude Bernard deu-lhe o nome de idéia diretriz, Leibnitz batizou-o de corpo fluídico e Paulo de Tarso refere-se a ele nas suas epístolas como corpo espiritual, celeste ou corpo incorruptível.

O corpo perispiritual foi objeto de estudos científicos na antiga URSS e a sua existência foi experimentalmente confirmada. Tais estudos e pesquisas redundaram na publicação de uma obra muito interessante: Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro. Embora essa obra seja de autores americanos o certo é que se trata de um relato acerca das ocorrências fenomênicas e respectivas experiências levadas a efeito por cientistas russos.

Allan Kardec foi profético ao escrever sobre o perispírito e as implicações futuras que esse conhecimento ainda poderá propiciar: “O conhecimento dele foi a chave da explicação de uma imensidade de fenômenos e permitiu que a ciência espírita desse largo passo, fazendo-a enveredar por nova senda, tirando-lhe todo o cunho de maravilhosa.” (Livro dos Médiuns, capítulo VI, item 109). O que se verifica é que o conhecimento e o estudo aprofundado desse revestimento fluídico se constitui em poderosa ferramenta para a elucidação de uma gama infinita de fenômenos até então desconhecidos, dentre eles o da saúde e da doença. É nele onde se localizam as linhas da morfogênese física e que projeta seu potente campo de força sobre o embrião nidificado e o influencia a adquirir ao longo do período gestacional o formato humano. Na obra Medicina Vibracional o doutor Richard Gerber faz a seguinte referência: “O mapa energético contém informações que governam o crescimento celular da estrutura física do corpo.(...) O corpo físico está tão intimamente ligado ao corpo etérico em termos energéticos, e tão dependente dele para a orientação da atividade celular, que o primeiro não poderia existir sem o segundo.” (página 98, editora Cultrix, 2007). 

Aos poucos e com muito acanhamento alguns homens de ciência vem admitindo a existência do corpo perispiritual. Contudo, maior proveito para a humanidade haveria se a Medicina se dedicasse a estudá-lo em profundidade e iria reconhecer, finalmente, que o corpo físico está inevitavelmente vinculado a essa matriz biomagnética considerada o centro ou a sede de onde promana a fenomenologia da vida no seu multifário aspecto. Uma nova visão se descortinaria para o futuro a ponto de se concluir que não há exatamente doenças, mas doentes!

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