domingo, 20 de abril de 2014

A MORTE NÃO ARREBATA A VIDA, NEM MESMO A DOS ANIMAIS. Jorge Salomão


Muitos indagam se o princípio espiritual existente nos animais sobrevive após a morte ou se extingue em definitivo com esse acontecimento. A resposta a essa indagação foi dada pelos espíritos a Kardec na questão de número 597 do Livro dos Espíritos: sim, eles sobrevivem à morte e conservam a sua individualidade no mundo dos espíritos!

A resposta dos espíritos não pode ser objeto de dúvida ou polêmica, especialmente diante do fato de que os animais são seres da criação e por esse motivo se submetem ao contínuo processo de evolução. Os naturalistas, a exemplo de Charles Darwin, criador da Teoria da Evolução, já admitiam que todos os seres vivos, por estarem sujeitos à lei de evolução foram sofrendo mutações ao longo dos milênios até dar origem a todas as espécies que se tem notícia. Esse registro é importante porque permite deduzir que o princípio fundamental da vida (progenota) é imortal, pois vai migrando de um reino para outro até atingir o estágio mais superior da criação. Os próprios espíritos confirmaram a Kardec que os animais possuem uma alma, o que lhes dá, evidentemente, a condição de seres imortais como os humanos. Acresça-se que o Homem antes de ser o que é já estagiou por muito tempo no reino animal (Charles Darwin, A descendência do homem e seleção em relação ao sexo). Foi Aristóteles quem disse certa feita: “A natureza não dá saltos.” O homem não nasceu pronto e acabado, mas foi obra que o cinzel dos milhões de anos lapidou na oficina da natureza.

Se o princípio espiritual dos animais não morre, é fato, portanto, que eles povoem o plano espiritual e até mantenham algum contato com o plano físico como fazem o espíritos desencarnados. Embora por prazo curto o certo é que mantém esse contato. Prova disso são os relatos de visão, aparição e audição dos “fantasmas” de animais mortos, relatos esses veiculados pelos seus próprios donos sob o mais rigoroso inquérito científico (A Reencarnação, Gabriel Delanne, capítulos IV e V). É a prova irrefutável de que nossos irmãos inferiores também não se extinguem após o último sopro de vida física.    

O próprio Francisco Cândido Xavier relatou que o seu cão Lorde, a quem ele devotava muito amor e carinho, companheiro fiel de orações, após terminar a vida muito doente, soube que a alma do seu animal foi acolhida no mundo espiritual pelo seu falecido irmão José. Nos meses seguintes à morte do seu cãozinho, Chico notou que o seu irmão José, quando o visitava, sempre vinha acompanhado do cachorro Lorde (Testemunhos de Chico Xavier, Suely Caldas Schubert, FEB, 2ª Edição, página 283). Padre Germano, espírito, era visto tanto pelo Chico Xavier quanto pelo Divaldo Pereira Franco, acompanhado do seu animal de estimação, o cachorro Sultão (Trinta Anos Com Chico Xavier, Clóvis Tavares, capítulo 12).

Alguns céticos, quando se dão conta dessas colocações, esboçam nos lábios um leve sorriso de Maquiavel e encarnam a figura da genialidade incrédula com mais uma “ladainha” cantada pelos ignorantes travestidos de doutores metapsiquicos. Ventilam para a humanidade a idéia limitadora do non plus ultra dos latinos e se ufanam em dizer que o concreto é o positivo e o positivo é o concreto, não havendo, ao final, espaço para divagações além das fronteiras da terceira dimensão. Contudo, uma coisa é certa: negar um fato da vida não cria lei porque a lei é o próprio fato negado! Quer dizer: deixar de crer no que ora se afirma – sobrevivência do princípio espiritual dos animais à morte – não retira da própria lei universal a existência da lei da imortalidade na qual todos os seres estão invariavelmente vinculados.

Vale a pena trazer à tona o sábio ensino ministrado pelo nosso amado Chico Xavier em torno da questão da imortalidade dos animais: “A vida é uma luz que se alarga para todos.” Não existe no contexto da criação idéia para vidas fugazes que se extinguem como fogos fátuos nos jogos de ilusão, mesmo para os seres que são considerados nossos irmãos que ainda vivem no claustro da animalidade primitiva. São seres, são vidas, são almas imortais que diariamente nascem e morrem, mas que retornam para o oceano da vida em existência de progresso infindável para um dia ocuparem o trono do deus homem que até lá estará ocupando o trono dos anjos no palácio infinito de Deus cujo trono situa-se no universo! 

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