DINÂMICA DA RESIGNAÇÃO - Richard Simonetti
Uma das mais belas virtudes que exornam a alma humana é a resignação, a expressar-se na aceitação dos males da existência, por fruto da vontade sábia e justa de Deus.
O Senhor deu, o Senhor tirou! Bendito seja o seu santo nome! – dizia serenamente Jó, após receber a notícia de que seus filhos estavam mortos e perdidos os seus bens.
Surgem, entretanto, sentimentos que, aparentando resignação, conduzem a caminhos tortuosos, distanciados dos desígnios divinos. Há viajores que pedem pouso em albergues, revelando-se conformados com a indigência em que se encontram. Proclamam sua confiança no Todo-Poderoso, mas, quando o Senhor lhes faculta recursos de recuperação, no trabalho digno que surge, preferem as incertezas do caminho, demandando nova cidade. Esta resignação chama-se vadiagem.
Há chefes de família que procuram instituições de beneficência, a implorar auxílio. Não obstante a precária situação em que se encontram, repetem com convicção: Se Deus quiser, tudo há de melhorar! – mas continuam a pedir, alheios a qualquer esforço, ensaiando a profissão de mendigar. Esta resignação chama-se indolência. Há crentes fervorosos que enfrentam aflitivos transes, de coração voltado para o Onipotente, sem palavras de desespero ou revolta, mas recusam buscar a normalidade, cultivando durante largos anos impressões que pertencem ao passado. Esta resignação chama-se volúpia de sofrer.
Há ardorosos fiéis que, colhidos por dificuldades e atribulações, erguem comoventes preces ao Alto, exaltando submissão à Vontade Celeste, mas passam as horas em queixas amargas e azedas imprecações, como se carregassem sobre os ombros as dores do mundo. Esta resignação chama-se complexo de vítima.
Admitir na adversidade a manifestação de desígnios divinos nenhum bem nos trará se não considerarmos que o Senhor espera, sobretudo, que sigamos adiante, com a disposição de quem pretende melhorar a paisagem do mundo pela renovação de si mesmo. Se um terremoto destrói nossa casa, é sublime manter a serenidade, considerando que é a Vontade Maior que se cumpre. Todavia, cruzar os braços e esperar que do solo brote nova residência é escolher o pior processo de reconstrução.
Mesmo os transcendentes princípios da Doutrina Espírita, que iluminam o caminho humano, proporcionando-nos uma visão panorâmica da Vida, pouco representarão se não alcançarmos seu significado mais amplo, a indicar que é preciso confiar em Deus, mas é preciso, também, ação decidida no campo de nobres experiências, para que o Senhor possa confiar em nós, na edificação de um futuro de bênçãos.
Não basta que o conhecimento favoreça a resignação, porque conhecimento implica responsabilidade de viver. Viver, no sentido exato, é evolver, e ninguém evoluirá sem esforço.
Há muitos anos conhecemos simpática senhora, cujo filho fora vitimado, juntamente com outras crianças, em trágico desastre que enlutara dezenas de lares. Dias mais tarde, enquanto as outras mães ainda choravam, em desespero, ela adotava um órfão, entregando-lhe as roupas, o quarto, os brinquedos e demais pertences do querido morto.
O filho que partiu nunca sairá de seu coração, mas o carinho que dedica ao filho que ela acolheu é bênção celeste em sua vida.
Eis a verdadeira resignação: – Senhor, seja feita a tua vontade! – diz uma mãe que perdeu o filho. E, cumprindo a vontade do Senhor, aconchega ao seio um filho que perdeu a mãe!
Uma das mais belas virtudes que exornam a alma humana é a resignação, a expressar-se na aceitação dos males da existência, por fruto da vontade sábia e justa de Deus.
O Senhor deu, o Senhor tirou! Bendito seja o seu santo nome! – dizia serenamente Jó, após receber a notícia de que seus filhos estavam mortos e perdidos os seus bens.
Surgem, entretanto, sentimentos que, aparentando resignação, conduzem a caminhos tortuosos, distanciados dos desígnios divinos. Há viajores que pedem pouso em albergues, revelando-se conformados com a indigência em que se encontram. Proclamam sua confiança no Todo-Poderoso, mas, quando o Senhor lhes faculta recursos de recuperação, no trabalho digno que surge, preferem as incertezas do caminho, demandando nova cidade. Esta resignação chama-se vadiagem.
Há chefes de família que procuram instituições de beneficência, a implorar auxílio. Não obstante a precária situação em que se encontram, repetem com convicção: Se Deus quiser, tudo há de melhorar! – mas continuam a pedir, alheios a qualquer esforço, ensaiando a profissão de mendigar. Esta resignação chama-se indolência. Há crentes fervorosos que enfrentam aflitivos transes, de coração voltado para o Onipotente, sem palavras de desespero ou revolta, mas recusam buscar a normalidade, cultivando durante largos anos impressões que pertencem ao passado. Esta resignação chama-se volúpia de sofrer.
Há ardorosos fiéis que, colhidos por dificuldades e atribulações, erguem comoventes preces ao Alto, exaltando submissão à Vontade Celeste, mas passam as horas em queixas amargas e azedas imprecações, como se carregassem sobre os ombros as dores do mundo. Esta resignação chama-se complexo de vítima.
Admitir na adversidade a manifestação de desígnios divinos nenhum bem nos trará se não considerarmos que o Senhor espera, sobretudo, que sigamos adiante, com a disposição de quem pretende melhorar a paisagem do mundo pela renovação de si mesmo. Se um terremoto destrói nossa casa, é sublime manter a serenidade, considerando que é a Vontade Maior que se cumpre. Todavia, cruzar os braços e esperar que do solo brote nova residência é escolher o pior processo de reconstrução.
Mesmo os transcendentes princípios da Doutrina Espírita, que iluminam o caminho humano, proporcionando-nos uma visão panorâmica da Vida, pouco representarão se não alcançarmos seu significado mais amplo, a indicar que é preciso confiar em Deus, mas é preciso, também, ação decidida no campo de nobres experiências, para que o Senhor possa confiar em nós, na edificação de um futuro de bênçãos.
Não basta que o conhecimento favoreça a resignação, porque conhecimento implica responsabilidade de viver. Viver, no sentido exato, é evolver, e ninguém evoluirá sem esforço.
Há muitos anos conhecemos simpática senhora, cujo filho fora vitimado, juntamente com outras crianças, em trágico desastre que enlutara dezenas de lares. Dias mais tarde, enquanto as outras mães ainda choravam, em desespero, ela adotava um órfão, entregando-lhe as roupas, o quarto, os brinquedos e demais pertences do querido morto.
O filho que partiu nunca sairá de seu coração, mas o carinho que dedica ao filho que ela acolheu é bênção celeste em sua vida.
Eis a verdadeira resignação: – Senhor, seja feita a tua vontade! – diz uma mãe que perdeu o filho. E, cumprindo a vontade do Senhor, aconchega ao seio um filho que perdeu a mãe!
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