sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CONVITE TROCADO - por Sidney Fernandes

Os Espíritos protetores nos ajudam com seus conselhos pela voz da consciência, que fazem falar em nós. Mas, como a isso não ligamos sempre a importância necessária, nos dão de maneira mais direta, servindo-se das pessoas que nos rodeiam. O Livro dos Espíritos, Allan Kardec

Chegando à Casa Espírita para a montagem dos equipamentos da palestra que iria proferir, notei a ausência de senhora com quem havia feito amizade, em minha passagem anterior por aquela cidade.

— E aquela professora que costumava vir ao centro? Virá hoje?

— Você deve estar se referindo à Dona Isabel, que antigamente nos dava aulas de mediunidade?

— Sim, deve ser ela - respondi, sem muita convicção, pois não sou bom de nomes, nem de fisionomias.

— Acho que não virá! Está vivendo um momento difícil e tem se mostrado refratária a qualquer convite.

Tomado por uma força inexplicável, pedi que telefonassem para a tal senhora.

— Alô, Dona Isabel? Vai fazer desfeita para mim? 

— Quem está falando aí?

— Aqui é o Sidney, orador da noite.

— Ah, sim... falou sem muito entusiasmo, o que estranhei, pois na outra vez que lá compareci nos tornamos bons amigos. Mesmo assim, insisti que viesse: — Espero pela senhora... 

Mais tarde, prestes a começar a palestra, chegou a senhora que eu achava que havia convidado para vir ao Centro. Prudentemente, perguntei a um confrade:

— Aquela senhora de verde é a Dona Isabel, não é?

— Não, disse o confrade. Aquela é Dona Cecília. Dona Isabel é aquela de branco que está chegando agora. Percebi então que havia feito o convite a Dona Isabel, achando que ela era Dona Cecília.

Para não perder a pose, abracei efusivamente Dona Cecília e, em seguida, me apresentei para Dona Isabel, com quem havia brincado por telefone, insistindo por sua presença, até ameaçando-a, jocosamente, de excomunhão, caso não comparecesse. 

Mais tarde, informaram-me que eu havia conseguido um verdadeiro milagre. Dona Isabel não comparecia ao Centro havia muito tempo, depois do desencarne de um filho, que era militar e desencarnou em missão perigosa. Tomada de profunda depressão, havia se escondido em sua casa e, por mais que os confrades a visitassem e insistissem em motivá-la, recusava-se a receber a ajuda da Casa Espírita.

Minha palestra da noite denominou-se CAMINHO DA FELICIDADE, na qual abordo as várias dicas e motivações que a Doutrina Espírita nos proporciona para readquirirmos o reequilíbrio, em momentos mais difíceis da vida.

Mais tarde, refletindo com irmãos sobre o engano do convite, percebi que não houvera erro em momento algum. Quem precisava mesmo de consolo e motivação veio ao Centro e, a partir daí, com o carinho dos amigos presentes, com certeza retomaria a normalidade de sua vida.

A espiritualidade tem caminhos inexplicáveis e insondáveis. Estejamos com a mente e o espírito abertos a essas sugestões. Ao contrário de muitos de nós, os benfeitores sabem o que fazem.

Quando nos acontece alguma coisa feliz, é ao nosso Espírito protetor que devemos agradecer?

— Agradecei sobretudo a Deus, sem cuja permissão nada se faz, pois os bons Espíritos foram seus agentes. O Livro dos Espíritos, Allan Kardec



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