sábado, 3 de maio de 2014

EMOÇÕES E HORMÔNIOS, INSTRUMENTOS DEFINIDORES DA DOENÇA OU SAÚDE - Jorge Luis Salomão

Data de longos anos a preocupação em se descobrir a causa das doenças que tanto afligem a humanidade. E também não é nova a ideia segundo a qual muitas doenças têm origem nas emoções descompensadas. Na remota antiguidade, o grego Hipócrates (460-370), considerado o pai da Medicina, preconizava que a personalidade do ser desempenhava um papel fundamental no equilíbrio ou desequilíbrio orgânico. Isso significa que ele não descartava a influência das emoções como elemento definidor da saúde ou da doença. Tanto é verdade, que ele elaborou a chamada Teoria dos Quatro Humores Corporais: fleugma, sangue, bílis amarela e bílis negra. Ele dizia que a saúde ou a doença estava na dependência direta da existência, em maior ou menor quantidade, dessas substâncias no corpo. Segundo essa teoria, eram essas substâncias que determinavam o temperamento do indivíduo. Há, como se pode ver, uma nítida tendência de se explicar a presença dos distúrbios físicos através da interação mente-corpo. 

Com a evolução da Ciência, especialmente com o surgimento da Biopsicologia, aliada a Psiconeuroimunologia, hoje se tem pleno conhecimento de que os hormônios estão intimamente relacionados ao humor e este, por sua vez, como elemento determinante da saúde ou doença. O estado de humor, portanto, é responsável pela liberação de substâncias bioquímicas, a exemplo dos hormônios e neurotransmissores que, liberados na corrente sanguínea, inundam todas as células corporais, “pigmentando-as” de conformidade com a coloração do humor manifestado. Então, se a pessoa estiver angustiada ou aflita, muito certamente o coração, o cérebro, o estômago, os rins e demais órgãos dessa pessoa também estarão angustiados ou aflitos! Aqui se aplica a célebre máxima de Juvenal, o poeta romano: Mens sana in corpore sano. É a inexorável integração mente-corpo ou a biologia das emoções, ocupando a glândula pineal ou epífise, destacado papel nesse particular.

 Esclarece André Luiz, na obra Missionários da Luz, capítulo 2, que a glândula pineal ocupa posição de supremacia em relação a todo o sistema endócrino, que o comanda por intermédio da complexa rede nervosa. Mantendo estreita conexão como o corpo etéreo, funciona a semelhança de um acumulador de energias psíquicas que são segregadas sobre a cadeia de glândulas físicas. Vivências multimilenária da alma em trânsito contínuo pelas infinitas rotas da evolução ficaram indelevelmente gravadas na pineal em forma de emoções a influenciar, implacável, a embriogênese e psicogênese do ser. Daí a causa das teratologias e das psicopatias deformantes da personalidade a desafiar os sistemas científicos na difícil tarefa de estabelecer a verdadeira natureza desses processos idiopáticos. 

Psicoterapeuta por excelência, Jesus, já havia asseverado em seu recuado tempo acerca do elemento responsável pela produção de vidas abençoadas ou submetidas ao império das expiações dolorosas: o comportamento! Por essa razão advertiu que “A cada um será dado segundo as suas obras”. Quer dizer, a cada um será dado segundo o seu comportamento, segundo as suas emoções... Aí está, portanto, a explicação racional e lúcida sobre a causa fundamental dos males existenciais que tem afligido tanta gente. Comportamentos de ontem a projetar seus reflexos no dia de hoje e comportamentos de agora a repercutir, fatalmente, no inevitável amanhã. Cada qual é herdeiro das próprias criações fomentadas nas urdiduras do passado remoto ou próximo. Essa é a lei suprema do universo da qual não se pode esquivar.

Então, se há essa biologia das emoções que influencia, inclusive, na anatomia do ser, como um todo, indiscutível que se aprenda a viver sob rigoroso padrão de regras morais. Que a Medicina aprenda a Medicina de Jesus e ensine os pacientes que a doença, a priori, é decorrência de vidas mal vividas e de emoções descompensadas nos desvarios das paixões tresloucadas, dos ódios incontidos, das perversões brutalizadas, das vinganças desenfreadas, dos desequilíbrios da libido, das corrupções vergonhosas.
 

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