NA
PRESENÇA DO CRISTO
- Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Livro da Esperança. Lição nº 02.
Página 19.
Em verdade vos digo que o Céu e a Terra não passarão
sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste
um único jota e um único ponto. Jesus - Mateus,
5.18.
A ciência dos homens vem liquidando todos
os problemas, alusivos ao reconforto da Humanidade. Observou a escravidão do
homem pelo próprio homem e dignificou o trabalho, através de leis compassivas e
justas. Reconheceu o martírio social da mulher que as civilizações mantinham em
multimilenário regime de cativeiro e conferiu-lhe acesso às universidades e
profissões. Inventariou os desastres morais do analfabetismo e criou a grande
imprensa. Viu que a criatura humana tombava prematuramente na morte, esmagada
em atividade excessiva pela própria sustentação e deu-lhe a força motriz. Examinou
o insulamento dos cegos e administrou-lhes instrução adequada. Catalogou os
delinquentes por enfermos mentais e, tanto quanto possível, transformou as
prisões em penitenciárias-escolas. Comoveu-se, diante das moléstias
contagiosas, e fabricou a vacina. Emocionou-se, perante os feridos e doentes
desesperados, e inventou a anestesia. Anotou os prejuízos da solidão e
construiu máquinas poderosas que interligassem os continentes. Analisou o
desentendimento sistemático que oprimia as nações e ofereceu lhes o livro e o
telegrafo, o rádio e a televisão que as aproxima na direção de um mundo só.
Entretanto,
os vencidos da angústia aglomeram-se na Terra de hoje como enxameiavam na Terra
de ontem... Articulam-se todas as formas e despontam de todas as direções. Perderam
o emprego, que lhes garantia a estabilidade familiar e desorientam-se abatidos,
a procura de pão. Foram despejados de teto, hipotecado à solução de
constringentes necessidades e vagueiam sem rumo. Encontram-se despojados de
esperança, pela deserção dos afetos mais caros, e abeiram-se do suicídio. Caíram
em perigosos conflitos da consciência e aguardam leve sorriso que os
reconforte. Envelheceram sacrificados pelas exigências de filhos queridos que
lhes renegaram a convivência nos dias da provação, e amargam doloroso abandono.
Adoeceram gravemente e viram-se transferidos da equipe doméstica para os azares
da mendicância.
Transviaram-se
no pretérito e renasceram, trazendo no próprio corpo os sinais aflitivos das
culpas que resgatam, pedindo cooperação. Despediram-se dos que mais amavam no
frio portal do túmulo e carregam os últimos sonhos da existência cadaverizados
agora no esquife do próprio peito. Abraçaram tarefas de bondade e ternura e são
mulheres supliciadas de fadiga e de pranto, conduzindo os filhinhos que
alimentam à custa das próprias lágrimas. Gemem discretos, e surgem na forma de
crianças desprezadas, à maneira de flores que a ventania quebrou, desapiedada,
no instante do amanhecer.
Para
eles, os que tombaram no sofrimento moral, a ciência dos homens não dispõe de
recursos. É por isso que Jesus, ao reuni-los em multidão, no tope do monte,
desfraldou a bandeira da caridade e, proclamando as bem-aventuranças eternas,
no-los entregou por filhos do coração...
Companheiro
da Terra quando estendes uma palavra consoladora ou um abraço fraterno, uma
gota de bálsamo ou uma concha de sopa, aliviando os que choram, estás diante
deles, na presença do Cristo, com quem, aprendemos que o único remédio capaz de
curar as angústias da vida nasce do amor, que se derrama sublime, da ciência de
Deus.
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